terça-feira, 5 de junho de 2012

Alimentação da criança em idade escolar


      A fase escolar é compreendida entre 7 anos até a puberdade. Considerando que a OMS define adolescência como o período entre 10 e 19 anos, a vida escolar está entre 7 e 9 anos de idade. Nesse período, há um aumento do apetite e melhor aceitação da alimentação, porém, se a criança já tiver hábitos alimentares inadequados, há grande chance dessa inadequação se acentuar e alguns distúrbios alimentares podem persistir, principalmente quando não forem corrigidos.
Isso acontece porque a criança em idade escolar começa a desenvolver autonomia para decidir o que quer comer, o que deve ser estimulado em um ambiente saudável, evitando assim, o aumento de casos de obesidade infantil, anemia, constipação intestinal e outros problemas. O acesso a uma alimentação saudável nesse período é, portanto, essencial, pois em virtude do crescimento e desenvolvimento dos ossos, dentes, músculos e sangue, as crianças precisam de alimentos mais nutritivos, em proporção ao seu peso, do que os adultos.
     A alimentação do escolar deve fornecer energia adequada para sustentar um ótimo crescimento e desenvolvimento sem excesso de gordura. A ingestão de carboidratos simples (refrigerantes, balas, doces, chocolates, pirulitos, etc.) deve ser controlada para uma boa saúde, e as fibras devem estar presentes para auxiliar no bom funcionamento do intestino. Além disso, a alimentação deve ser rica em vitaminas e minerais, pois a ingestão insuficiente desses nutrientes pode prejudicar o crescimento e resultar em doenças.
     Um dos fatores para determinar uma alimentação balanceada é estabelecer diretrizes na alimentação diária, isto é, rotinas alimentares bem-definidas, pois não é só a qualidade e a quantidade da alimentação oferecida à criança que é importante. Os horários para as refeições café da manhã, almoço e jantar são importantes, mas os horários para lanches intermediários também devem ser estabelecidos, evitando-se o consumo de qualquer tipo de alimentos nos intervalos das refeições programadas. A falta de disciplina alimentar costuma ser a maior causa dos distúrbios alimentares, comprometendo a qualidade e a quantidade da alimentação consumida.
Preocupações Nutricionais
Obesidade infantil - aumento visível na população, não só infantil como adulta também. A obesidade não tem nível socioeconômico, ela aparece em todas as camadas sociais e já é considerada o mal do século. Juntamente com a obesidade se instalam outras doenças associadas como diabetes, hipertensão e dislipidemias, além dessas patologias existem consequências psicossociais como: discriminação, baixa auto-estima, depressão e socialização diminuída. É difícil determinar se uma criança em crescimento está ou não obesa. A criança pré-púbere pode pesar mais por estar passando por mudanças fisiológicas e por isso necessitará necessitará de uma reserva. Situar essa criança na curva de crescimento e acompanhá-la faz com que o sobrepeso ou a obesidade seja identificada. Assim fica mais fácil determinar ações preventivas, nessa faixa etária é mais prudente a correção de erros alimentares como retiradas de alimentos muitos energéticos (bolachas recheadas, sorvetes, salgadinhos, balas, chocolates...) e aumentar a atividade física com incentivo a prática esportiva.
Baixo Peso e Dificuldade no Desenvolvimento - a perda de peso, a ausência do ganho de peso ou dificuldade em se desenvolver podem ser indicadores de uma patologia aguda ou crônica. Crianças pré adolescentes que se preocupam em demasia com o corpo podem apresentar baixo peso, baixa estatura e puberdade atrasada por ingerirem quantidades de alimentos menores que as necessárias. A baixa ingestão de fibras leva a constipação, o mau funcionamento intestinal faz com que a criança tenha um menor apetite. Comendo menos seu desenvolvimento fica comprometido. A baixa estatura deve ser investigada, se não há fatores genéticos poderá a criança estar com uma deficiência de zinco, mineral necessário para o crescimento. Alimentos fonte: peixes e frutos do mar, hortaliças e verduras também o contém, mas em quantidades menores. Alguns alimentos estão sendo enriquecidos com zinco.

Deficiência de Ferro - A deficiência de ferro em crianças escolares é maior em populações
de baixa renda, nas quais o nível de escolaridade dos pais é baixo, o acesso médico é precário e a ingestão é a de alimentos de baixa e/ou má qualidade. A deficiência de ferro leva a anemia, que pode comprometer o aprendizado do escolar. Estudos têm mostrado que a baixa ingestão de ferro na faixa etária de 6 a 16 anos leva a um raciocínio mais lento. Alimentos que contenham ferro devem fazer parte da alimentação do escolar, como: carnes, peixes e aves. Já o ferro de origem vegetal (espinafre, couve, brócolis...) deve ser ingerido com alimentos que contenham a vitamina C (laranja, acerola, goiaba), ela facilita a absorção do ferro dos vegetais.

Fonte: MAHAN,L.K., ESCOTT-STUMP, S. KRAUSE - Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo,Roca, 2005.

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